O que o Web Summit ensinou de tecnologia?

O Web Summit é conhecido no mercado como um dos maiores eventos de tecnologia do mundo. Mas, de fato, para o público que atua no segmento com engenheiros de software, programadores, líderes de TI e cientistas de dados, a programação traz algum conteúdo relevante? Para os desenvolvedores e usuários da Alexa, houve uma provocação sobre seu futuro […]

Por Jonathas Coelho
Publicado em 26/01/2022

Web Summit é conhecido no mercado como um dos maiores eventos de tecnologia do mundo. Mas, de fato, para o público que atua no segmento com engenheiros de software, programadores, líderes de TI e cientistas de dados, a programação traz algum conteúdo relevante?

Para os desenvolvedores e usuários da Alexa, houve uma provocação sobre seu futuro e uma abordagem preditiva da tecnologia: o futuro da tecnologia de consumo é a inteligência ambiental. Ela usa IA para unir dispositivos e serviços de inteligência de uma forma que oferecerá muito mais valor do que apenas o hardware.

No ecossistema financeiro, além de uma abordagem voltada para open banking, há uma tendência de ecossistema global que abrace as fintechs para atuarem colaborativamente. Trata-se de uma filosofia positiva — e, para alguns, meio utópica – em que não haveria briga entre os players. Todos atuariam em prol do mesmo objetivo comum, que é criar um banco melhor para todos os consumidores.

Não poderia faltar o tema obrigatório: privacidade e segurança. Algumas abordagens mais leves foram feitas, incluindo a obsolescência dos cookies de terceiros nos navegadores e como será a nova internet sem essa ferramenta criada pela Netscape e ativa até hoje para rastrear nossa navegação. É uma provocação para empresas como Google e Microsoft a respeito de mecanismos menos invasivos à privacidade do usuário. Também, constitui um chamado para que novas startups tragam inovação a esse requerimento.

E quando se trata de privacidade, segurança é crucial. A programação apresentou como essa discussão se dá em IoT, cloud computing e dispositivos dos usuários. Para isso, os organizadores trouxeram personalidades de big techs, buscando um debate sólido e, em alguns casos, até profundo sobre o tema. Alguns exemplos: o conceito de privacy by default e se, de fato, é viável de ser aplicado nas empresas e nas soluções tecnológicas; a complexidade encontrada pelo segmento de antivírus, na trivia para proteger os usuários de ameaças cada vez mais sofisticadas; e uma visão mais clara sobre as facções de crimes cibernéticos e sua atuação pelo mundo, reforçando que o cibercrime é organizado e de um nível tecnológico muito alto, com um mercado em ascensão de soluções que já utilizam inteligência artificial.

Agilidade, produtividade e escala de mão de obra geodistribuída de tecnologia são abordagens básicas para a transformação digital em um mundo afetado pela pandemia. No Web Summit, os palestrantes tangibilizaram práticas a partir de suas próprias experiências, para o público absorver e aplicar em seus contextos de negócio. Um destaque foi para o desenvolvimento por meio de soluções low-code e codeless.

Apesar de ter palestras com contexto tecnológico na programação, não houve profundidade técnica nem tempo para os palestrantes desenvolverem um tema sem ser de maneira superficial. O lado positivo – e que faz toda a diferença! – é a variedade de assuntos, que puderam abrir um horizonte mais amplo para o público que pretende expandir seu conhecimento. A conexão da tecnologia com a aplicabilidade de negócios segue sendo ponto alto do Web Summit.

Artigo publicado originalmente em Acontecendo Aqui